Familiares pedem que soltem Jéssica, mãe da criança, que estava trabalhando no momento do incêndio
Manaus – Alexandro Silva de seis anos foi velado por familiares, vizinhos e amigos. O menino que morreu em um incêndio foi homenageado com fotos dele e da família, além de flores, louvores e orações. O Velório ocorreu na sede do Conselho Comunitário, situado na avenida Perimetral, bairro São José 2, Zona Leste de Manaus. A mãe da criança, Jéssica Barbosa, foi presa na última sexta-feira (12) suspeita de abandono de incapaz, após deixar as crianças sozinhas para ir trabalhar.

Leandro Silva, pai da vítima, disse que ele e a esposa Jéssica são trabalhadores e que o incêndio foi uma tragédia.
“Tenho certeza que minha esposa nunca pensou que esse acidente iria acontecer. Estamos há 11 anos juntos. Conheço a índole dela, o quanto ama nossos filhos. Jéssica cuida muito bem da nossa família, ela não os deixou sozinhos de propósito. Foram questões de minutos. Alexsandro era alegre, um menino saudável. Eu não sei nem o que falar nesse momento”, contou o pai.
A tia paterna do menino, Lorena Silva, estava inconsolável. Para ela é uma injustiça o que estão fazendo com a cunhada.
“Jéssica sempre foi uma boa mãe, nunca ninguém pode duvidar disso. Ela cuidava muito bem dessas crianças. Sempre ajudou meu irmão com os gastos de casa. O único erro dela foi sair para trabalhar e ajudar no sustento da família. Ela não merece ser presa. Fico imaginando o que ela está passando nas últimas horas. Eu também sou mãe, sei a dor que ela está sentindo”, explicou Lorena.
Comoção com o caso

Os professores das crianças também foram prestar as últimas homenagens a Alexsandro. A gestora Cleide Lima coordena a escola onde os meninos estudavam. Segundo ela, as crianças tinham um bom desenvolvimento no colégio.
“Eles sempre foram uma família participativa na escola. Eu só reconheci o caso pela imagem do pai, pois tanto ele quanto a mãe sempre foram pais presentes na educação dos meninos. O mais velho de sete anos estuda desde o ano passado e o Alexsandro começou a estudar este ano. Lembro que Jéssica sempre ia buscar os filhos com a garotinha do lado. Fico imaginando a maneira de vida dos nossos alunos que vivem em situação de vulnerabilidade”, explicou Cleide.
Pessoas próximas da família paraense levaram para o enterro cartazes em protesto a essa situação. Entre uma mensagem e outra tinham as frases: “Luto”, “soltem Jéssica”, “Uma mãe merece enterrar seu filho”.
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