Petrobrás está enviando carta-convite às empresas interessadas em comprar as sete áreas da Bacia do Solimões. Privatização foi anunciada em junho
A Petrobrás avança na venda dos campos petrolíferos de Urucu, no Amazonas, anunciada em junho deste ano.
As sete concessões de produção de petróleo, condensado e gás natural, compreendem: Araracanga, Arara Azul, Carapanaúba, Cupiúba, Leste do Urucu, Rio Urucu e Sudoeste de Urucu, localizados nos municípios de Tefé e Coari na Bacia do Solimões.
Nesta sexta-feira (7), a Petrobrás informou ao mercado a “fase vinculante”, referente à venda da totalidade de sua participação no setor de petróleo no Amazonas.
Esta é a etapa em que são selecionadas algumas propostas obtidas na primeira fase; apresenta informações mais detalhadas das unidades à venda até chegar a propostas mais consistentes.
No comunicado, a estatal petrolífera diz que os habilitados para essa fase receberão carta-convite com instruções detalhadas sobre o processo de desinvestimento (privatização).
A Petrobrás também realizará o que se chama na linguagem corporativa de “due diligence”, que se refere ao processo de busca de informação sobre uma empresa.
A análise inclui aspectos como sua área de atividade, as possibilidades e perspectivas para o futuro do negócio e o estado de seus ativos e passivos.
Justificativas para a venda
O comunicado diz ainda que a operação está alinhada à estratégia de otimização de portfólio e melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em águas profundas e ultraprofundas, onde a Petrobras tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos.
Sobre o Polo Urucu
O Polo Urucu ocupa uma área de aproximadamente 350 km2. No primeiro semestre de 2020, a produção média do Polo foi de 103 mil boed, sendo 16,2 mil bpd de óleo e condensado, 13,8 milhões de m³/d de gás e 1,11 mil ton/dia de GLP.
“Além das concessões e suas instalações de produção, estão incluídos na transação as unidades de processamento da produção de petróleo e gás natural e instalações logísticas de suporte à produção”, informa a Petrobrás.
Privatização precisa ter aval da ANP
De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME) a decisão de vender as unidades de produção de Urucu compete exclusivamente à Petrobras.
O MME esclarece ainda que todo o processo de cessão de direitos precisa ser aprovado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), incluindo o processo de qualificação técnica, econômica e jurídica da nova empresa compradora.
“Este Ministério e a ANP, que faz a fiscalização dos contratos de concessão, vem acompanhando o processo de desinvestimento da Petrobras. E a cessão de direitos sobre estes campos está em linha com a Política de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural estabelecida pela Resolução CNPE nº 17/2017”, diz nota do Ministério de Minas e Energia.
Expectativas do MME
A expectativa do governo é que a “cessão de direitos” ou a venda do Polo de Urucu para uma outra empresa resulte em maiores investimentos no desenvolvimento de novos sistemas de produção e revitalização das áreas, incluindo a perfuração de novos poços, gerando aumento da produção.
O Ministério de Minas e Energia também espera o aumento no recolhimento de participações governamentais para a União, Estado e Municípios, bem como a ampliação da geração de empregos, trazendo renda direta e indireta ligada a ampliação destas atividades.
Leilão de 16 blocos petrolíferos no AM
O MME destaca que para o 2o ciclo da Oferta Permanente de Áreas para exploração e produção de petróleo e gás natural, único leilão a ser realizado pela ANP neste ano, foi viabilizada a inclusão de 16 blocos na Bacia do Amazonas, bem como o Campo de Juruá na Bacia do Solimões. Serão mais investimentos para o Estado do Amazonas.
“O desinvestimento da Petrobras no Polo de Urucu pode viabilizar parcerias que tornem os projetos exploratórios no Estado do Amazonas ainda mais interessantes, contribuindo para o sucesso do 2o ciclo da Oferta Permanente de Áreas”, diz o Ministério de Minas e Energia.
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