Na última quinta-feira (8), o ex-secretário de Comunicação da Presidência de Jair Bolsonaro (PL), Fabio Wajngarten, publicou uma mensagem enigmática em seu perfil oficial na plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter. A frase “não há o que delatar” foi escrita fora de contexto e gerou especulações sobre as movimentações do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que manifestou a intenção de fazer uma delação premiada.
A mensagem de Wajngarten também faz referência às comemorações do feriado de 7 de Setembro sob a gestão do governo Lula (PT). O tenente-coronel Cid esteve no gabinete do ministro do STF, Alexandre de Moraes, na quarta-feira (6), onde manifestou sua proposta de delação. Durante o encontro, sua defesa também solicitou a liberdade provisória.
O acordo de delação já foi aceito pela Polícia Federal, aguardando agora a validação (homologação) pelo ministro Moraes, o que pode ocorrer nos próximos dias. Além disso, a proposta também será analisada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Vale lembrar que Fabio Wajngarten já havia defendido Mauro Cid em julho, quando o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro prestou depoimento à CPI do 8 de Janeiro, que estava em andamento no Congresso Nacional. Na ocasião, Wajngarten protestou contra a prisão de Cid, afirmando que ele estava detido sem justa causa.
Segundo fontes próximas às investigações, a aprovação do acordo de delação de Mauro Cid depende da apresentação de informações novas e comprováveis. O advogado Cezar Bittencourt afirmou anteriormente que Cid “assumiu tudo” e não incriminou Bolsonaro no caso das joias trazidas do exterior.
É importante ressaltar que a delação é um meio de obtenção de prova, mas não pode, por si só, sustentar sentenças judiciais. As informações fornecidas devem ser investigadas, assim como os materiais apresentados como parte do acordo.