Atual comandante da Casa é o presidente que ficou mais tempo no poder desde Ranieri Mazzilli, que comandou entre 1958 e 1965
A permanência de mais de quatro anos e meio do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara dos Deputados está a pouco mais de três dias do fim. No cargo desde 14 de julho de 2016, Maia se favoreceu de uma série de manobras políticas que permitiram que o parlamentar conseguisse “engatar” três mandatos consecutivos, algo sem precedentes na história da Casa.
Na longa matemática de Maia no poder, são 1.660 dias até esta sexta-feira (29), que se transformarão em 1.663 ao fim de seu mandato na próxima segunda-feira (1°). Traduzidos, os números mostram que ele é o presidente da Câmara há mais tempo consecutivo no poder desde 1958, quando Ranieri Mazzilli ficou 2.542 dias, ou quase sete anos, até deixar o comando da Câmara em 1965.
O que difere Maia de Mazzilli, porém, é o fato de que o herdeiro político de Cesar Maia conseguiu a “proeza” de estabelecer três mandatos seguidos na presidência, algo sem registro na história da Casa que completa 200 anos em 2026. O primeiro deles aconteceu após a renúncia de Eduardo Cunha (MDB), em 2016, quando Maia venceu Rogério Rosso (PSD-DF), por 285 votos a 170.
Em 2017, ao se favorecer do fato de que seu primeiro mandato foi “tampão”, Maia conseguiu se eleger para seu segundo período com uma folgada votação de 293 votos contra 105 do segundo colocado Jovair Arantes (PTB-GO). Na época, Rodrigo Maia se beneficiou de uma decisão do ministro Celso de Mello, do STF, que entendeu que não havia justificativa para impedir a candidatura.
Por fim, em 2019, o parlamentar se aproveitou do fato de que estava em um novo mandato e ampliou o tempo no comando da Câmara ao vencer, com 334 votos, os concorrentes Fábio Ramalho (MDB-MG), Marcelo Freixo (PSOL-RJ), JHC (PSB-AL), Marcel Van Hattem (Novo-RS), Ricardo Barros (PP-PR) e General Peternelli (PSL-SP).