O Instituto para o Diálogo sobre Políticas, vinculado à Universidade Columbia, divulgou nesta segunda-feira (13) um estudo que indica que o serviço de busca do Google e a rede social Facebook deveriam transferir aproximadamente US$ 13 bilhões (R$ 64 bilhões) por ano aos veículos de notícias nos Estados Unidos.
O valor estimado fica no intervalo entre US$ 11,9 bilhões e US$ 13,9 bilhões, com US$ 10-12 bilhões atribuídos ao Google e US$ 1,9 bilhão ao Facebook.
Os responsáveis pelo estudo, Anya Schiffrin, palestrante sênior da Universidade de Nova York, e Haaris Mateen, professor da Universidade de Houston, no Texas, buscam abordar a falta de transparência nos acordos entre as gigantes tecnológicas e alguns grupos jornalísticos nos EUA.
“A melhor abordagem seria que o Google e o Facebook compartilhassem esses dados com pesquisadores e reguladores, talvez não de forma pública, mas por algum método, para que todos possamos estudar e compreender o valor das notícias”, argumenta Mateen, economista-chefe do estudo.
O relatório emprega uma metodologia detalhada para chegar à estimativa, considerando as receitas publicitárias, a proporção de usuários para os quais a presença de notícias é indispensável e a divisão equitativa do valor econômico gerado pela combinação dos serviços.
A equipe que conduziu o estudo planeja adaptar a metodologia para estimar o repasse pelo uso de notícias em ferramentas de inteligência artificial, que estão se popularizando.
O Google, em resposta ao relatório, rejeitou os dados apresentados e a metodologia, afirmando que menos de 2% de todas as buscas estão relacionadas a notícias. A equipe do estudo já está trabalhando para aplicar a metodologia a novas empresas de tecnologia, como a OpenAI, que lançou o ChatGPT há um ano.
Os pesquisadores destacam que a falta de transparência nos acordos atuais entre veículos noticiosos e plataformas de tecnologia é uma preocupação, e esperam fornecer respostas sobre o repasse pelo uso de notícias em ferramentas de inteligência artificial nos próximos meses.