Após fiscalização realizada no Hospital de Campanha Municipal Gilberto Novaes, nessa segunda-feira (15), o Instituto de Defesa do Consumidor do Amazonas (Procon-AM) confirmou que o plano de saúde Hapvida está sobrecarregando o sistema público de Saúde do Estado.
O caso já vinha sendo denunciado pela imprensa local desde o início da pandemia
– clientes do plano são negligenciados no hospital Rio Negro, do Hapvida, e encaminhados para a rede pública de saúde, superlotando os hospitais e colaborando para o colapso nos hospitais públicos.
Durante a fiscalização desta segunda, cinco pessoas que estavam internadas na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital de campanha Gilberto Novaes tinham convênio da Hapvida e relataram que foram ignoradas ou maltratadas nas dependências do hospital do plano. Os agentes gravaram os relatos em video, coletaram documentos dos pacientes e vão anexar ao processo contra a Hapvida.
Desde o início da crise do novo Coronavirus, o Procon-AM já recebeu dezenas de denúncias com fotos e vídeos de clientes que foram ao hospital Rio Negro, da Hapvida em Manaus, com fortes sintomas de Covid-19 e não receberam atendimento ou foram negligenciados com tratamentos ineficazes.
Muitos dizem que só receberam inalação, mesmo com diagnóstico positivo, e foram enviados para casa.
Outros disseram que foram encaminhados pelos próprios funcionários da Hapvida para hospitais públicos. Mesmo tendo quase 250 mil clientes no Estado, o Hapvida tem apenas 80 leitos para atender todos os seus pacientes.
O coordenador de fiscalização do Procon-AM Estado, Pedro Mauro, considerou a situação inaceitável e disse que as provas de negligência e falta de prestação de serviços são robustas.
“As pessoas pagam plano de saúde e esse plano tem que oferecer o melhor serviço para seus clientes. Equipamentos eles têm; material ele tem; recursos humanos ele tem. O que faltou foi executar o serviço que recebe para fazer”, declarou.
O Procon/AM já havia notificado a Hapvida no último dia 20 de maio pelo péssimo atendimento prestado e solicitou informações sobre as denúncias, mas a Hapvida negou qualquer irregularidade. Com a comprovação in loco realizada pelo Procon neste dia 15, a ação contra o plano de saúde deve ser bem mais pesada.
(*) Com informações do Procon-AM
Veja o vídeo: