Pela primeira vez desde o início das tensões entre Venezuela e Guiana, o presidente Nicolás Maduro adota uma postura mais conciliatória em relação ao território de Essequibo. Em uma publicação no X (antigo Twitter) neste sábado (9), Maduro afirmou que ambos os países terão que “sentar e conversar” sobre a região disputada. A menção ao diálogo ocorre dias após Maduro realizar um referendo controverso, no qual buscou anexar 2/3 do país vizinho, e divulgar um mapa que reivindica Essequibo como território venezuelano.
Em sua declaração, Maduro destaca a necessidade de diálogo com a Guiana e a empresa petrolífera norte-americana ExxonMobil, que opera na região. A postagem ocorreu após uma conversa telefônica com o presidente brasileiro Lula, que expressou preocupação com a crise entre os dois países e defendeu o diálogo como solução.
O líder venezuelano mencionou a opção pelo diálogo direto com a Guiana, mesmo diante da revogação do Acordo de Genebra por parte das autoridades guianenses. Maduro ressalta a defesa da soberania venezuelana pelo povo, referindo-se à resistência à anexação durante o plebiscito, realizado apesar da proibição da Corte Internacional de Justiça.
A matéria destaca o histórico centenário da disputa por Essequibo entre Venezuela e Guiana, ressaltando que a região representa 70% do território guianense e abriga importantes reservas de petróleo. As alegações contraditórias com base em laudos internacionais do século 19 e acordos de 1966 são apresentadas, evidenciando a complexidade do conflito.