O dono da Funerária Canaã, Antônio Ildemar Coutinho se envolveu em mais uma polêmica nesta terça-feira (17). Ele foi convidado a participar de uma reunião com representantes da Prefeitura de Manaus, no Cemitério São João Batista. O objetivo era dar início às fiscalizações nas funerárias e pedidos de licenças e demais exigências municipais, mas o que chamou a atenção de todos foi a convocação dele a menos de um mês após o crime, que chocou a sociedade amazonense pela frieza.
O militar da reserva é acusado de tentar matar a sangue frio a sócia Jurema Franciele Martins, 34, e o funcionário dela, Patrick Rodrigues, em frente a funerária dele, localizada na avenida Major Gabriel, bairro Praça 14, no início da noite do dia 19 de julho. Sem chance de defesa, o acusado atirou nas duas vítimas após elas irem ao local na companhia de um oficial de Justiça para cumprir um mandado de apreensão de um veículo alvo de ação judicial.
Entre uma fala e outra do diretor do Departamento de Cemitérios, os comentários entre os presentes era sob a expectativa da presença de Coutinho, além de críticas sobre o convite feito a ele. A associação de autoridades com pessoas envolvidas em crimes causa estranheza, já que é uma resposta errada à sociedade que espera que seja feita Justiça.
“Ninguém quer ver um acusado livre e fechando acordos com a prefeitura, utilizando o dinheiro do povo. Isso parece muito injusto, já que a pessoa atira em inocentes e ainda assim continua com o mesmo status social e oportunidades de acesso à administração pública. As vítimas vivem aprisionadas com medo de serem atacadas novamente, enquanto o autor do crime continua livre, fechando negócios e vivendo uma vida normal. Isso é inadmissível”, destacou a funcionária de outra funerária que estava presente na reunião e acompanhou a repercussão da tentativa de duplo homicídio na mídia.
Mesmo com a expectativa sobre a sua presença, Antônio Coutinho decidiu enviar apenas os seus funcionários.
“Ele é tido por todos como um homem frio e calculista. O Coutinho tem fama de ameaçar as pessoas e sempre acha que vai se sair bem. Ele tem orgulho de mencionar que conta com a proteção de amigos poderosos. Ele se gloria de ter contratos e parcerias com a administração municipal, e acha que nada vai acontecer mesmo após ser acusado de tentar matar duas pessoas sem o menor remorso”, detalhou outro presente na reunião.
A empresária foi baleada na coxa esquerda e o funcionário da Funerária Patrick Ferreira foi atingido no braço e no peito. O caso está sendo investigado por policiais do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP).