Na quarta-feira (6), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentou uma proposta de delação premiada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A audiência que revelou a intenção do militar contou com a presença de Mauro Cid e seu advogado, Cezar Bittencourt.
A validade do acordo depende da aceitação e homologação por parte de Alexandre de Moraes. De acordo com informações próximas às investigações, a decisão de Moraes dependerá do que Mauro Cid apresentará de novo em relação às investigações e das provas que ele fornecer.
Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi no G1, a Polícia Federal já concordou em fechar o acordo de delação com o tenente-coronel. Mauro Cid prestou depoimentos à PF ao longo dos últimos 20 dias.
Em relação ao caso das joias trazidas do exterior, Cezar Bittencourt, o advogado de Mauro Cid, afirmou anteriormente que seu cliente “assumiu tudo” e não incriminou Jair Bolsonaro perante a Polícia Federal.
Até o momento, não foi possível contatar Cezar Bittencourt para obter mais informações sobre o andamento do acordo.
Mauro Cid encontra-se detido no Batalhão do Exército de Brasília desde o dia 3 de maio. Após mudar seu advogado de defesa, ele passou a cooperar mais amplamente com as autoridades policiais, prestando longos depoimentos.
No entanto, a postura de Mauro Cid em relação a Bolsonaro tem oscilado. Em agosto, seu advogado afirmou que o ex-ajudante de ordens “assumiu tudo” e não fez acusações contra Bolsonaro. Posteriormente, essa afirmação foi revertida.
Além das questões das joias, as investigações contra o militar também apontaram a existência de um documento com um plano para reverter a eleição de Lula no ano passado. Mensagens sugerem que um oficial das Forças Armadas pediu a Mauro Cid que convencesse Bolsonaro a ordenar uma intervenção militar.