Técnica tie-dye de tingimento artístico, que teve seu auge com os hippies, ocupa o tempo das pessoas e renova peças antigas.
A quarentena está estimulando o lado criativo manual das pessoas e o novo passatempo de quem está em isolamento em casa é o tie-dye. A técnica de tingimento artístico ocupa o tempo e ainda renova peças de roupas antigas, algumas até que seriam descartadas.
A moda tie-dye teve seu auge nos anos 1980 com os hippies, mas ressurgiu repaginado nesta estação. A técnica moderna explora tons claros e suaves em peças básicas, como camisetas e moletons. Os mais ousados arriscam no jeans.
Muitas lojas estão apostando na tendência, que pode ser facilmente reproduzida em casa. Basta dispor de uma peça – pode ser antiga, até encardida ou manchada –, tintura e elástico ou barbante.
Quem apostou no passatempo foi a servidora pública Rhuana Ribeiro, 38 anos, que criou modelos exclusivos em blusas antigas.
“Eu não tenho talento manual, mas deu certo. Eu gostei muito e quem viu também”, conta ela, que compartilhou a arte nas redes sociais. “Minhas amigas compraram blusas brancas para eu fazer para elas. Estou cheia de encomendas”.
A técnica permite criar diferentes padrões de coloração de acordo com a torção feita nas peças. O modelo em espiral é o mais frequente por causa da facilidade na execução, observa a consultora de imagem e estilo Renata Cani.
Para ela, esse movimento destaca a busca por atividades para fugir do ócio e também a preocupação com o consumo consciente.
“A técnica pode ser feita em peças que seriam descartadas ou que a pessoa não usava mais. Se tem um moletom manchado, pode reutilizá-lo”, incentiva Renata.
Apesar de estar em alta com tons claros, o jogo de cores personaliza a peça de acordo com quem irá vesti-la.
A consultora de imagem e estilo Tatiana Arruda explica que o tie- dye é o destaque do look. Para os mais básicos ou que estão experimentando a moda, o ideal é combinar com jeans ou item branco.
“Para quem é craque em combinação e gosta de explorar, pode repetir uma das cores do tie-dye na outra peça. Já quem é mais ousado, combina tie-dye com tie-dye. Para ficar mais harmônico, usa-se a mesma aplicação nas duas peças”.
Vida com mais cores
A engenheira civil Karoline Benichio, de 26 anos, repaginou duas peças brancas que estavam no fundo do guarda-roupa utilizando a técnica de coloração artística tie-dye.
“Eu já tinha feito tie-dye quando era criança nas aulas de artes. Como vi que ressurgiu a moda, resolvi aproveitar duas blusas que eu tinha que já estavam meio amareladas de tanto tempo de guardadas”, conta ela, que transformou uma peça do noivo para si própria.
“Adorei o resultado! E ainda foi excelente para distrair durante esse tempo que estou em casa sem nada para fazer”.