Nesta quinta-feira, 31 de agosto, está agendado o depoimento simultâneo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de outras seis pessoas relacionadas ao escândalo das joias. A Polícia Federal (PF) optou por realizar a oitiva coletiva como medida para evitar possíveis alinhamentos de versões e com o intuito de ter um impacto crucial nos próximos passos das investigações, que colocam o ex-chefe do Executivo em uma posição legal delicada.
A Operação Lucas 12:2, desencadeada em 11 de agosto pela PF, trouxe à tona alegações de que aliados do ex-presidente teriam comercializado joias e outros objetos valiosos recebidos durante viagens oficiais da Presidência da República. De acordo com a PF, essas peças, que deveriam ter sido incorporadas ao patrimônio da União, foram omitidas dos registros públicos, integradas ao acervo pessoal de Bolsonaro e negociadas no exterior com o propósito de enriquecimento ilícito.
As tentativas de comercialização das joias foram interrompidas após o jornal Estadão revelar, em março, que assessores de Bolsonaro tentaram introduzir ilegalmente no Brasil um conjunto composto por colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes, presenteados pelo governo saudita ao então presidente e a Michelle Bolsonaro.
Além dos depoimentos de Bolsonaro e Michelle, a PF conduzirá interrogatórios com Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens, o general do Exército Mauro César Lourena Cid, Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, o advogado Frederick Wassef e os assessores do ex-presidente Marcelo Câmara e Osmar Crivelatti.
Esta coleta de depoimentos de forma conjunta representa um marco na investigação, tendo em vista o potencial impacto nas próximas fases do processo e nas possíveis consequências legais para os envolvidos.